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A história da Caloicross

Foto do escritor: Mundo CaloiMundo Caloi

Atendendo a pedidos, estamos retomando nossas postagens e em grande estilo: Trazemos aos amigos a história da bicicleta mais cobiçada dos anos 80 – a Caloicross.



Entretanto, para se ter ideia do contexto histórico em que vivíamos à época, será preciso contar um pouco do momento anterior ao seu lançamento.


O NASCIMENTO DO BMX NO BRASIL

" O Bicicross ou BMX (Bicycle Motocross, onde, segundo a lenda, a letra “X” fazia alusão ao cruzamento da categoria Motocross e a bicicleta) nasce, segundo muitos, nos Estados Unidos, entre os anos 60 e 70, porém outros acreditam que nasceu em 1958, na Holanda".

O Bicicross ou BMX (Bicycle Motocross, onde, segundo a lenda, a letra “X” fazia alusão ao cruzamento da categoria Motocross e a bicicleta) nasce, segundo muitos, nos Estados Unidos, entre os anos 60 e 70, porém outros acreditam que nasceu em 1958, na Holanda.

No Brasil o esporte nasce pelas mãos da Monark, em 1978, com o lançamento da sua BMX.

A Empresa investiu pesado neste lançamento, que inaugurava o segmento, criando pistas, patrocinando eventos e criando uma Equipe. No dia 03 de Julho de 1978, Orlando Camacho, com grande experiência em competições de ciclismo e vários títulos conquistados, foi convidado pela Monark para chefiar a primeira Equipe de Bicicross Racing da América do Sul. Camacho convidou garotos do bairro da Mooca, em São Paulo, para participarem da Equipe. Na mesma época a Monark criou uma bicicleta especialmente desenhada para a prática do esporte, que ganhou o nome de BMX.

O sucesso foi instantâneo e a Monark conseguia ser a protagonista deste segmento por por 3 anos, dentre os fabricantes nacionais, pois muitas bicicletas importadas, tais como: Schwinn, Redline, Haro e GT, desembarcaram por aqui pelas mãos de ciclistas profissionais da categoria.

O NASCIMENTO DA CALOICROSS

Após sentir o golpe, a Caloi tardiamente resolve lançar o seu modelo, em 1981, conhecida como Caloicross 1, onde muitos acreditam ter este nome em função do número “1” que vinha na placa frontal da bicicleta.

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A Caloicross 1 foi inspirada na americana Mongoose, porém era muito pesada e pouco prática para o uso do bicicross. Sabendo desta deficiência, a Caloi resolve investir pesado em propaganda. E deu certo. Num programa recém lançado pela Rede Globo – “Geração 80” – a marca patrocinava e ainda colocava ciclistas pedalando em pistas dentro do próprio programa o tempo todo.

Entretanto, somente investimentos em publicidade já não davam para diminuir a distância da Caloicross da sua principal concorrente nacional, que na ocasião já contava com o modelo BMX Pantera Superstar. A Caloi mais uma vez sai mundo afora para buscar “inspiração” para o revitalizar sua Cross.

Na mesma época era lançado o filme “ET – O extraterrestre”, onde o protagonista “humano” do filme, um garoto, tinha uma Bicicleta BMX da marca Japonesa Kuwahara, modelo KZ-2.5 ou como ficou conhecida ET-1, feita exclusivamente para o filme (foram feitas 40 unidades especialmente para o filme a pedido do Diretor Steven Spielberg).

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Pronto, a Caloi achou o modelo perfeito para sua nova Caloicross. Valendo-se do sucesso mundial da bicicleta do filme, a Caloi lança, em 1983, a Caloicross Extra e Extra nylon (Extra, segundo muitos, em alusão ao próprio filme), mas que, na verdade, era um clone da japonesa.

Foi um enorme sucesso. Talvez tenha sido a bicicleta mais festejada, aclamada e desejada já lançada no Brasil. Seus componentes de ponta, tais como o pedivela Sugino GT 3, peças em alumínio anodizado (banho químico para colorir o alumínio), nas cores azul e vermelho – contrastando com as cores do quadro – aros, canote, manetes de alumínio, etc. Graças a estes componentes de ponta feitos em alumínio, era uma bicicleta leve, mesmo sendo seu quadro de aço carbono.

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Este modelo de 1983 ficou conhecido como “bolinha” e o do ano de 1984 como “seta”. Ambos em alusão ao desenho do furo do reforço do quadro.

Esta nova linha era composta dos modelos: Extra light – o top da linha – montada com peças importadas e fabricada na Zona Franca de Manaus , a Extra Nylon – montada com peças nacionais e fabricada em São Paulo e a Extra – que era montada com peças nacionais, porém com aros de aço, o modelo de entrada das Caloicross.

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No ano de 1984 o quadro sofreu pequenas alterações, como já dissemos anteriormente -ganhando a “seta” – e também no Guidon. Porém, ocorreu também um lançamento neste ano: a Big Light com aros 24″, que contava com as mesmas versões das aros 20″.

Algumas características da Caloicross Extra Light:

Almofadas no quadro e guidão com identificação do modelo;Mesa e guidon Win Caloi;Pedivela 165mm Sugino GT 3 com caixa de 50mm com eixo em cromo molibdênio;Pedais KKT;Cubos Sunshine em alumínio;Aros Araya em alumínio;Pneus biscoito 20″ x 2.125″;Banco Caloi Ducor;Pedais, freios e manetes em alumínio anodizado Dia Compe importados do Japão;Relação (coroa Sugino) 44 x 16 (catraca Suntour);Corrente grossa D.I.D.

Em 1985 mais mudanças: o quadro muda, passando a ser conhecido (e até mesmo chamado pela própria Caloi) de “Gota”, devido ao seu formato aerodinâmico.

A qualidade e variedade dos modelos ainda são os destaques da bicicleta. Neste modelo é abolido o reforço do quadro. Novos padrões de cores surgem.

Para o ano de 1986 muitas mudanças para a Caloicross. Chega ao fim o modelo “Extra”, dando lugar ao modelo “Freestyle” e AeroFree”. A Freestyle conta com algumas peças do antigo modelo Light, mas com quadro em Chromoly, no modelo Freestyle light.

Este foi um dos últimos modelos de qualidade feitos pela Caloi. Nos anos seguintes a qualidade de seus componentes, que outrora eram em alumínio, foram dando lugar a peças feitas de ferro.

No ano de 1987 saiu sem grandes alterações, porém as mudanças maiores viriam na  própria Caloi. Começava a despontar no cenário mundial uma nova categoria no ciclismo: o Montain bike. Daí, tanto a Caloi quanto a Monark, colocaram seus holofotes virados para este novo segmento, deixando um pouco de lado as suas cross de aros 20″.

Aos poucos a Caloicross vai passando de protagonista a coadjuvante da marca, que na ocasião consolida sua expansão no mercado internacional, inaugurando fábricas na Bolívia e nos Estados Unidos. O foco da Empresa agora, mais do que nunca, são as Montain bikes, com lançamentos de peso, como a série Andes team, bicicletas de auto nível.

Mas a marca nunca abandonou de vez sua Caloicross. Ainda hoje é fabricada, mas evidentemente sem o brilho de outrora.

CURIOSIDADES:

A primeira Caloicross Bolinha Extra light saiu no ano de 1982, feita para ser vendida no Natal de 1982. Ela era oriunda da Caloi Cross Extra. A Caloi pegou o quadro da Caloi Cross Extra, que era caixa 45mm, e colocou a caixa de 50mm, mas não tirou a gancheira do cobre corrente na parte traseira da bicicleta.

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Os modelos Color Free também saíram em 1986 e 1987. A última light na verdade é a Caloi Cross Pro Neon, com caixa de 50mm, com cubos polidos e aros anodizados que, na verdade, foi uma bicicleta montada com o resto das peças de light que sobrou nas fábricas da Caloi. Foi fabricada em 1989 e algumas em 1990, se tornando uma bicicleta muito rara entre as lights.


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