Nesta postagem voltamos a trazer uma bicicleta da Caloi, desta vez um ícone dos anos 70, que ao lado da Monark Tigrão, era uma das mais desejadas bicicletas da garotada da época.
Os anos 70 foram, aos olhos dos garotos daquela época, um tempo mágico, onde a imaginação e a criatividade estavam a flor da pele. A TV à cores ainda não era maioria, aliás, nem todos podiam ter um televisor em casa. As brincadeiras na rua, dos mais variados tipos, eram o ápice das manifestações juvenis. As bicicletas eram, junto ao futebol, um hábito de praticamente todos os meninos, onde cada um procurava a seu modo ser “o melhor” da turma. Diante deste cenário, não é difícil imaginar o impacto quando um colega chegava com uma bicicleta nova, e esta bicicleta sendo uma Caloi Fórmula C ou uma Monark Tigrão? Era sucesso imediato.
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A Caloi, junto a Monark, detinham na ocasião 95% do mercado de bicicletas no Brasil. Esta hegemonia de ambas lhes davam tranquilidade no mercado. Muitos momentos de estagnação, mas outros de ímpeto e arrojo, sobretudo se o concorrente lançasse um novo modelo. Foi este o caso da Caloi, que diante do lançamento da Monark Tigrão (que substituia a Monark Tigre), arregaçou as mangas e lançou sua Fórmula C.
A Monark se inspirou na americana Schwinn Sting Ray para criar a sua Tigrão e a Caloi na Raleigh Chopper. Aliás, no final dos anos 60, muitas fábricas no mundo todo desenvolveram modelos Chopper, inclusive a marca alemã Lexus lançou a Sports, uma bicicleta que, talvez, tenha servido de base para a Fórmula C da Caloi.
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A Fórmula C foi um sucesso instantâneo, pois a Caloi não costumava, na ocasião, lançar um produto tão arrojado. O fez justamente para competir com a Monark. Esta bicicleta poderia vir equipada com Câmbio de 3 marchas Shimano GT-3. Uma variação do SS-3, que por sua vez era inspirado no famoso Câmbio Sturmey-Archer, mas que infelizmente não contava com a durabilidade do inglês. Vinha ainda com pneus Pirelli 20 x 1.75 na dianteira e 20 x 2.125 na traseira, com faixa vermelha. Seu quadro contava com duas barras retas finas, que saiam do cachimbo, se dividiam no tubo do selim e iam até a traseira, onde antes de se estender a base da roda traseira, apresentavam uma curva angular de 90º.
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Também vinham com selim banana (ou mustang), onde na parte traseira se apresentava um farolete vermelho redondo. Os freios eram Side-pull, no modelo “C” e center-pull na “C-3”, ambos com acionamento através de cabo de aço. Seu garfo dianteiro duplo, guidon em duas peças e sua coroa, com protetor fixo, eram os mesmos da Berlineta.
A Caloi, como de hábito, investiu pesado em publicidade, inclusive fazendo parceria com a Nestlé, numa promoção do achocolatado Nescau.
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Além dos modelos de aros 20″ elas também poderiam vir com aros 14″.
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A Fórmula C foi feita até os anos 80 e, ainda hoje, continua no imaginário daqueles jovens, hoje com mais de 40 anos, que inflacionam ainda mais o mercado de bicicletas antigas, cujos modelos preservados originalmente são bem disputados, alcançando altos valores.
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